Pular para o conteúdo

REFLEXÕES SOBRE A MATERNIDADE

Uma abordagem íntima sobre a maternidade através do relato de 8 mulheres, leitoras do Ipiranga22

ELOÍSA: FILHA DA HORTÊNCIA, MÃE DA LUCIANA E DO CHRISTIAN

Tenho 72 anos, um casal de filhos, Luciana (comigo na foto de 1971) e Christian, cinco netos e dois bisnetos. 

A maternidade pra mim foi e está sendo um crescer tamanho. Me descobri através dos meus filhos, agora com netos e bisnetos. Mãe é uma palavra tão pequena de uma dimensão imensa. 

Aos 20 anos me tornei mãe, outra geração. Às vezes me pego pensando em como que fui saber lidar com tantos desafios. 

Agora caminho lado a lado com eles, de mãos dadas, agradecendo por ter eles na minha vida, me ensinando, valorizando e respeitando. 

Tenho muitas mães no meu coração e cresce a cada dia com o meu amor. Toda uma transformação se tornou presente a partir do momento em que fui mãe.

Tive que tomar consciência que não estava mais só. Nunca mais seria a mesma. Sorri muito, chorei muito, me surpreendi várias vezes. Emoções nem se fala. Fui me preenchendo, acrescentando, aprendendo, atualizando, sempre fazendo o meu melhor para eles. 

Filhos são escolhas que fizemos para nos acompanhar nessa vida. Está muito difícil ser mãe em tempos atuais. Acho uma sobrecarga enorme e muita cobrança. Precisa ser muito bem planejado. Filho é uma caixa de surpresa, certo?

Não é um sonho, e sim uma realidade. E é para sempre. Acho que, em raras emoções, raras… Acho que, em raras exceções, as mulheres de agora não estão preparadas, nem estruturadas para ser mães. Mas aí a gente tem o poder da escolha. Espero que as escolhas sejam felizes.

ALINE: MÃE DO JOÃO PEDRO E DA LETÍCIA

Ser mãe é muito bom, mas há dias em que a gente se questiona se isso foi bom. Acredito que vai dando essa insegurança conforme a idade deles. Eles são atletas, muito concentrados, focados, corretos, mas mesmo assim os perigos da adolescência sempre me assombram.

A maternidade me transformou muito. Eu tive filhos muito nova e medo de não saber educá-los corretamente. Acho que esse é o medo de toda mãe. Eu os crio sabendo que um dia vão atrás dos sonhos, casar, conhecer outros lugares e eu vou ficar. Eu penso lá na frente já, por isso sofro por antecipação.

Ser mãe é muito individual. Eu abri mão dos meus estudos e tive que retomá-los tardiamente. Eles super me apoiam pra que mesmo cansada eu siga, mas é cansativo. O lado bom de ser mãe é que esse, sim, é o amor verdadeiro que conheceremos na sua forma mais linda e pura. O lado ruim é que enquanto não ouvir o barulho da chave na porta, o sono sempre será leve.

A preocupação é constante. 

Mas mesmo com todos os obstáculos e dificuldades, a maternidade foi importante no meu ciclo adolescência/vida adulta.

 

ROSEMARI: MÃE DA MARIA FERNANDA

É fantástico ser mãe. É nossa continuação no mundo. Com a maternidade, trazemos o passado para o futuro.

Mudou tudo, melhorou minha forma de ver o mundo e meu jeito de ser. Me mostrou que, se queremos um mundo melhor, precisamos criar seres humanos mais solidários e empáticos. A maternidade me tornou corajosa, me ajudou a evitar meus defeitos e a tentar dar meus melhores exemplos.

Na vivência da maternidade é que se aprende a ser mãe. Na prática do dia a dia, com todos os erros e acertos, o amor só cresce em nossas vidas. Vale a pena ser mãe.

Hoje sou grata pela família que constituí junto com meu companheiro, Walter, de quase 45 anos. Sou grata a meus pais, que sempre nos deram amor, dedicação e bons exemplos. Sou grata principalmente à minha filha por ter me ensinado a amar de forma incondicional e por me ensinar até hoje.

Sou grata pela continuação da vida através da minha neta, que está sendo amada pelos pais que tão bem sabem ajudá-la a trilhar seu caminho.

Mas não foi tudo tão fácil. Trabalhava o dia todo e o tempo para ficar junto de minha filha na primeira infância era bem exíguo, quantas vezes entrei em desespero, dor de consciência pelo pouco tempo despendido a ela. Felizmente, meus pais me ajudaram muito, minha mãe ficava com ela, meu pai levava e ia buscar na escola. À noite, fins de semana e férias, eu e meu marido dedicávamos todo nosso tempo a ela.

 

BRUNA, MÃE DO ARTUR E DO MATEUS

Falar de mãe pra mim nunca foi no singular.

Além da minha genitora, também uma avó e minha madrasta compartilham esse lugar de referência de mulher que cuidou de mim e me educou. 

Cada uma delas entregou o que pôde, nem sempre ofereceram presença, carinho, paciência.  

Muito me ensinaram sobre a realidade de maternar numa sociedade de profundas desigualdades sociais e econômicas, que canaliza todas as responsabilidades de cuidado para a mulher e a culpabiliza mesmo quando ela renuncia à individualidade para dar conta da tarefa impossível que é ser mãe. 

Nesse Dia das Mães, mais vale reconhecer todos os esforços que me foram oferecidos e desejar uma sociedade que cuide e eduque sua crianças e adolescentes de maneira mais coletiva, menos pesada para as mulheres e reconhecendo toda e qualquer pessoa que se entregue nessa empreitada.

 

RITA: FILHA DA MARINA E MÃE DA GIORGIA

Hoje é um dia especial, além de ser mãe, tenho a minha mãe. Uma guerreira, mulher feliz e perseverante, nunca reclama da vida, só sabe sorrir. Ela me ensinou que ser mãe é um dom, uma virtude. Ser mãe é amar incondicionalmente e profundamente.

Ser mãe me fez ver o mundo de uma forma diferente, o cansaço fica de lado, a dor, quase imperceptível. Somos mais pacientes, mais cuidadosas e, o mais importante, muito mais felizes. Minha filha é meu motivo para acordar todos os dias.

Então, para quem ainda tem dúvidas sobre a maternidade, mergulhe, se jogue nessa aventura, porque é uma aventura na qual você nunca saberá o que virá pela frente, mas você sempre saberá o motivo de estar fazendo. 

Ser mãe é paz, é luz, é bagunça, é alegria, é magia, é a realização de sonhos, renovação de esperanças! Feliz Dia das Mães! Os filhos são heranças do Senhor, uma recompensa que Ele dá. 

 

MARIA: FILHA DA JOSEFA E MÃE DO PEDRO

Foi a melhor experiência da minha vida. Imagine ser responsável por um ser em que a única forma de comunicação é o choro, e eu, como mãe, tentar entender todos eles. Uma experiencia única, a maternidade.

A maternidade mudou, sim, o meu entendimento sobre o mundo. Sendo mãe, sempre quero o melhor para o meu filho. Por exemplo, uma boa escola pública, menos violência nas ruas. Mudou o entendimento do mundo ao meu redor, e principalmente sendo exemplo para o meu filho.

Ser mãe é uma escolha pessoal. Vale a pena ser mãe. Pensa na emoção de uma criança te falar todos os dias “Te amo”, ver ele crescer e trocar experiências com você sobre tudo, pedir sua opinião até hoje. 

Eu e meu filho conversamos sobre tudo, cultura, vida cotidiana e sobre relacionamentos. Hoje ele é um homem independente, e sinto que de fato formamos um cidadão.

RENATA, FILHA DA VERONICE

Eu acho que, como todas as mães, a minha também entrou naquela famosa escola de frases de toda mãe: “Ai, se não sou eu nessa casa…”, “Se eu for aí e encontrar…”, “Meu Deus, ninguém faz nada direito, só eu… tudo eu!” É um instinto de mãe, né? 

Eu posso dizer que a minha mãe é sensacional. É aquela que: “Ah, eu não tenho dinheiro hoje, eu não posso gastar, meu Deus, socorro!”. Mas vai ali e vê: “Nossa, minha filha vai gostar dessa blusa, desse vestido, vai ficar bem. Vai ficar bem na Renata, vai ficar bem na Raquel”. Aí ela compra pra mim, compra pra minha irmã e não compra pra ela. 

Eu acho que mãe é isso: abre mão dela mesma pra fazer pros filhos.

 

 

MÁRCIA: MÃE DA LUANA, AVÓ DO DAVI E DO MIGUEL

Ser mãe para mim é a maior alegria de uma mulher, sou grata a Deus por esse privilégio. 

 

 

***

Comente esta matéria no nosso perfil do Instagram:

@ipiranga22_jornalismo

GOSTOU? COMPARTILHE: 

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email